segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Le temps détruit tout

Não é qualquer um que aprecia o cinema do franco-argentino Gaspar Noé. Violência, qualquer tipo de tabu e muita bizarrice são temas recorrentes de seus filmes.
Bastante cultuado pelos fãs de cinema dito "alternativo", ele alcançou o grande público com Irreversível.

 
Tudo começou em 1985 com Tintarella di luna. Imagem bem ruinzinha, enredo sobre uma praga que se espalhou por um vilarejo bem afastado da civilização. 
Bastante bizarro, deu indícios de como seria o cinema de Noé.




Em 1991 ele deu início a triologia que deu início a seu reconhecimento em meio a grandes diretores: Carne, Sozinho Contra Todos e Irreversível.

Em Carne temos um açougueiro que vive em função de sua filha. Ele a cerca de cuidados, digamos, pouco comuns numa relação pai-filha adolescente. Até que um dia ela é estuprada e ele sai à caça do culpado.
Vale ressaltar que ele não é um açougueiro de carne "comum".




Logo após veio Sozinho Contra Todos. Aqui o açougueiro começa uma nova vida com uma nova esposa.
Igualmente perturbador.


Para fechar a triologia, Irreversível. Com a atuação de Monica Bellucci e Vincent Cassel, o filme chegou a grande festivais e ganhou destaque pela impresa especializada.
Remetendo ao título, ele começa do fim, com esse mesmo senhor dos dois filmes citados anteriormente. Logo em seguida, mostra uma casa noturna e uma confusão. Depois, temos a famosa cena do estupro. Durante longos minutos vemos Bellucci ser violentada num túnel. 
A cena marcou a história do cinema.



Noé costuma rodar diversos curtas, entre eles We Fuck Alone, SIDA e o clip de Protège-Moi, da banda Placebo.
O mais controverso talvez seja Sodomites. Nele temos um homem-besta fazendo sexo anal com uma mulher x, em meio a uma platéia enlouquecida. Li em algum lugar que Noé fez esse curta como uma apologia ao sexo seguro, mas não posso confirmar.
Recentemente pude ver o conjunto de 3 curtas chamado Eva. Neles, a modelo Eva Herzigova aparece em diferentes situações, num jogo de luzes e barulho, características clássicas de Noé. Destaco o primeiro em que ela aparece seminua num tapete vermelho brincando com um gatinho bebê.

Seu filme mais recente é Enter The Void, que eu ainda não pude ver.
Bom ou ruim, amado ou odiado, com Noé não tem meio termo. Seus filmes não são "leves" e exigem um estômago forte. Sem moralismos, ele mostra uma face bastante nojenta do ser humano. E não creio que ele faça isso para chocar, é apenas sua forma de se expressar pela arte.
Quem procura loucamente por um sentido nos filmes poderá se frustrar. Aqui não é esse o caso, é assistir e se entreter, mesmo que haja uma dose de masoquismo nisso.



5 comentários:

  1. Noé é uma situação... complicado descrever sem cometer excessos... um diretor ímpar, singular. Vale muito. Excelente texto Mi.

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  2. Olá.

    "Sodomites" foi feito pra uma campanha sobre o uso de camisinha sim.

    E vamos esperar o "Enter The Void"!

    Beijos!

    Anderson

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  3. Jana e Nikolai: obrigada! :*

    Anderson: Valeu por confirmar! Beijos!

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  4. Nossa Mi, que post foda, vou mandar a uma amiga. (:
    Aqui é a Hellen, está logado no nome do meu namorado :D

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