quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Weep and you weep alone.

Muitas pessoas vieram me perguntar se eu não iria escrever sobre cinema asiático aqui.
A verdade é que conheço bem pouco e gosto pouco do que conheço. Há algumas exceções e delas vou falar aqui. 

Meu primeiro contato com esse cinema foi através dos remakes americanos O Chamado e O Grito. Gostei tanto deles que fui ver os originais. Mas a experiência não foi boa. Culturalmente eles são diferentes demais de nós daqui do Brasil e isso se reflete no cinema.

Meus preferidos são Visitor Q, Oldboy e O Hospedeiro. Falarei deles em um post à parte.

Assisti Lady Vingança e não gostei muito, por isso pedi para meu amigo H. que escrevesse algumas linhas.
Segue texto dele. :)


Percebi que adoro vários filmes sul-coreanos por uma particularidade: a capacidade de transformar qualquer tema e/ou situação em uma experiência absolutamente estética, abrasadora para a visão. É o que Park Chan-Wook faz com a vingança em sua famosa “trilogia”, precisamente a partir de Oldboy, mas é em Lady Vingança (Chinjeolhan Geumjasshi, 2005) que a experiência se concretiza de forma majestosa. Transformar a jornada de preparação e concretização da vingança da bela Lee Geum-Já contra seu ex-amante, Sr. Baek (Choi Min-Sik, o Oh Dae-Su de Oldboy, em outra atuação magistral), em uma experiência de rara beleza que enche os olhos de forma poética é a grande façanha de Park, e isso não quer dizer que o filme seja adocicado ou insosso, tendendo a um “cultismo” pedante e cansativo que é possível imaginar quando se usa o epíteto de “filme poético”. Basta acompanhar a “realização” da vingança de Geum-Já, ou a motivação da mesma, para que percebamos a incrível capacidade do diretor em aliar a beleza visual ao mais grotesco de nossas ações, de nossos desejos e do nosso dia-a-dia.

Um comentário:

  1. Não gostei de nenhuma versão do "Chamado" ou do "Grito", mas na minha opinião os remakes americanos são especialmente ruins. Detesto essa tentativa de regionalizar o filme pra torná-lo mais compreensível pra determinada cultura e consequentemente mais passível de identificação com os personagens. Pra mim o grande twist do cinema asiático é a dificuldade de prever como o personagem vai agir justamente por ser uma realidade tão diferente da nossa.

    Quanto ao Lady Vingança, é o meu filme favorito da trilogia. Gosto muito dessa versão mais clássica e elaborada da vingança.

    Legal a idéia da colaboração, abraço pros dois. :)

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