quinta-feira, 3 de março de 2011

He only wants to have a game.

Quando rola alguma conversa sobre cinema, Haneke sempre é citado. Seus filmes são pouco convencionais, marcados por violência e por um intenso mal estar em quem assiste. Não vi todos os seus filmes, mas já vi o suficiente para considerá-lo um dos melhores diretores da atualidade.
Meu primeiro contato com seu trabalho foi em A Professora de Piano, e já comecei bem.  
Sua principal característica seja a falta de um porquê na maioria dos seus filmes. Eles começam, acontecem e o final fica vago. O problema aqui é que começam os mil questionamentos. Na minha opinião, um filme não precisa do roteiro básico do "começo, meio e fim" para ser bom. Um filme não se constitui apenas de um final bem explicado, mas sim de uma trama que fuja do convencional e nos traga algo impactante. Nesse quesito Haneke é mestre.
Escolhi dois filmes dele para falar hoje: Funny Games e Caché

Com Funny Games aconteceu algo que eu desprezo: remake. Mas não foi tão doloroso porque quem fez o remake foi o próprio Haneke. É basicamente a mesma coisa, cena por cena, apenas com atores diferentes.

original 
remake

Dois caras invadem uma casa e começam seus "funny games" com uma família. Muita violência gratuita e tortura. Ambos os filmes são perfeitos. O original tem seu mérito por motivos óbvios. O remake não fica atrás, a escolha de ótimos atores como Tim Roth, Naomi Watts e Michael Pitt fez tudo dar certo. 
O que dizer de um filme que não tem "o por quê"?
Eu adoro, mas para certas pessoas o formato "começo, meio e fim" ainda faz falta. Para mim não, ele é mais do que desnecessário. :)

Com Caché, as coisas seguem basicamente o mesmo rumo.
Uma família começa a receber estranhos vídeos em que a entrada da sua casa é filmada, mas não há movimentação alguma, só o cotidiano básico.


Aos poucos, começam a acontecer coisas estranhas e você se pergunta "que está acontecendo?". O filme termina e você pensa "O que foi que aconteceu?".
Haneke consegue prender sua atenção, te deixar confuso e te deixar pensando no que viu. E você provavelmente não vai chegar a conclusão alguma. :)

Obviamente não é tudo de Haneke que eu curto. A Fita Branca, por exemplo, eu achei bem chato. Logo, postarei mais sobre seus filmes. 

2 comentários:

  1. Você já leu que este Funny Games é uma crítica ao Tarantino e ao seu tipo de cinema? O Haneke tentou mostrar que a violência não é "glamurosa" como a geração Tarantino acredita ser. A falta de motivação dos personagens é justamente para dizer que violência por violência é somente violência, e que não há nada de divertido aí.

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  2. Nossa, nunca li nada a respeito disso, mas vou procurar.
    Valeu, H. :)

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