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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

The Bunny Game

Eu sempre gostei muito dos tais filmes polêmicos e subversivos. Alguns entraram para minha lista de preferidos, outros eu ignoro a existência e outros eu considero um lixo completo. Por exemplo, eu não assistirei Canibal Holocausto por causa da cena da tartaruga, vai contra tudo que eu acredito, então não tem sentido eu ver esse filme. Aqui eu dei minha opinião sobre A Serbian Film e mais uma vez digo que detesto Begotten. Por outro lado, adoro Pink Flamingos e Visitor Q

De uns anos para cá, foram poucos os filmes "polêmicos" que eu realmente gostei. Fiz uma série de posts falando de quase todos que vi nessa linha. Não sei porque ainda perco meu tempo com alguns desses filmes e o mais recente foi The Bunny Game.



Ano passado eu vi trailers e milhões de comentários falando que esse filme era um dos "piores" da história do cinema, com cenas cruéis e um enredo perfeito. Tudo começa com uma prostituta viciada em drogas que passa pelas situações humilhantes para conseguir dinheiro. Até que um dia um caminhoneiro sádico a sequestra e passa a torturá-la das piores formas possíveis. Enquanto isso, aparecem flashes de outras garotas sendo torturadas por ele no passado. 



Sim, o filme é só isso. E aquele final não me convenceu. Uma hora e tanto de cenas sem sentido, com uma tentativa de "passar algo". Eu já vi muitos filmes de suspense e de terror, e parece que de uns anos para cá não existe mais criatividade, ou é tudo cópia da cópia da cópia ou como esse The Bunny Game, em que é preciso apelar para a crueldade sem sentido para atrair público. 


Recentemente tenho visto muitos filmes do Hitchcock e terror dos anos 30/40. Com poucos recursos e muita sutileza eles conseguiam criar um clima perfeito de tensão e hoje em dia é tudo visual e vazio. 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

In my skin

Eu adoro aquelas listas de filmes "mais tensos, mais perturbadores, mais violentos" e assim por diante. Cheguei a falar um pouco de uma dessas listas aqui e aqui. "Dans me peau" (Em minha pele) é um que está em praticamente todas que eu encontro por aí. Sim, é um filme bastante doentio, mas ele tem algo de diferente. 


A diretora e também roteirista, Marina de Van, intepreta Esther, uma mulher que sobre um pequeno acidente, machuca a perna e não percebe o tamanho do corte. Ela precisa tomar pontos e partir daí começa a obsessão com a sua própria pele. 


Aqui não é um caso de "apenas para chocar". Marina de Van consegue mostrar claramente como Esther vai enlouquecendo aos poucos, de forma doentia e assustadora. O clima de tensão é crescente e você não consegue desgrudar da tela nas cenas de auto mutilação, apesar de grotescas. Parece clichê, mas há uma certa "beleza estranha". Não é um filme que vá mudar sua vida e nem é um dos mais bizarros que eu já vi, mas vale a pena assistir.


sexta-feira, 14 de outubro de 2011

You, me, this whole nation is a victim.

Gosto bastante de filmes ditos subversivos. Basta dar uma olhada nos arquivos do blog, há vários posts sobre intitulados "Elogio ao mau gosto". Gosto de coisas pouco convencionais, mas também acho que há limite para tudo.

Nos anos 70 tivemos um boom desse tipo de filme: "Thriller", "Pink Flamingos", "120 Dias de Sodoma" e outros tantos. Claro que muita coisa era absurda, mas se pensarmos na época, faz sentido. Cada um tinha sua crítica e até mesmo quando queriam apenas chocar, conseguiam. Mas e em 2011? O que é absurdo hoje em dia? Nenhuma cena de sexo seria novidade, nem de tortura e muito menos de "escatologia". Muitos diretores/roteiristas sabem bem disso e resolvem apelar. 


Eu já tinha ouvido falar do tal "A Serbian Film", mas nunca dei atenção. Até que começaram a pipocar notícias sobre a proibição da exibição do mesmo aqui no Brasil. Muitos amigos me falaram mal dele, mas resolvi dar uma chance. Posso dizer claramente que perdi tempo.

Um ex ator pornô é convidado a atuar num filme de "arte", aceita sem saber no que está se metendo e aí seus problemas começam. Até aí parece bacana, mas não há nada além de cenas mal feitas que querem chocar e não chegam a lugar algum. Como eu disse acima, alguns diretores apelam, e foi o caso aqui. Há uma diferença enorme entre a subversão e a falta de bom senso. Em "A Serbian Film" quiseram fazer críticas, mas utilizaram dos recursos errados. Utilizar cenas de pedofilia NÃO é ser subversivo, é apenas estar desesperado para chamar atenção. De fato, conseguiu, mas não ganharam nada além do desprezo de boa parte do público.



Não sou moralista, longe disso, apenas não admito que certas coisas sejam mostradas como forma de "arte" ou "crítica". 

domingo, 3 de abril de 2011

Words create lies. Pain can be trusted.

Como eu disse no post anterior, seguem alguns comentários sobre os demais filmes que já vi da lista.

Calvaire (2004)


Só um comentário: a dancinha doente.
Foi um daqueles filmes que eu não sabia se ficava escandalizada, com medo ou se ria.

Audition (1999)


Foi dirigido por Takashi Miike. Isso já nos prepara para o que virá.
O começo é muito arrastado e você tem vontade de parar o filme, até que as coisas realmente começam a acontecer.
Doentio em níveis máximos.

O Albergue I e II (2005/2007)


O primeiro filme realmente foi bem impactante, fazia tempo que não aparecia um filme com torturas tão grotescas. E mesmo assim caiu no gosto do público.
As cenas são fortes e o enredo é bem amarrado, mas não traz nada de novo para aqueles que gostam desse tipo de filme. E a sequência foi bem desnecessária...

Begotten (1990)


Os fãs que me perdoem, mas eu acho esse filme um saco.
Ok que é surrealista e blá blá, mas eu acho muito forçado e sem nada de novo.

The Poughkeepsie Tapes (2007)


Mais um desses filmes no estilo documentário. Mas não é apenas "mais um", esse realmente assusta.
A temática de serial killer já foi bastante explorada, de diversas formas, mas aqui impressiona demais. A crueldade é absurda, bem como a inteligência.
Algumas cenas ficam na sua cabeça por semanas...

Assim que eu assistir aos demais filmes volto aqui para escrever a respeito. :)

quinta-feira, 31 de março de 2011

They bear all the sins of the earth.

Domingo eu estava lendo sobre o filme The Poughkeepsie Tapes no IMDb e me deparei com essa lista. Adoro listas de filmes: melhores filmes de terror, curiosidades sobre x filme e etc. Essa foi uma das mais legais, visto que traz filmes que eu adoro. Alguns deles eu já cheguei a postar aqui. Seguem links para os mesmos:

Do resto da lista, já vi Calvaire, Audution, O Albergue 1 e 2, Begotten e The Poughkeepsie Tapes (em breve escreverei sobre eles). Os demais devo ver ao longo deste mês e depois volto aqui para escrever a respeito. 


A respeito da lista, apena um comentário: Martyrs tinha que ser o primeiro!
Não me canso de dizer que esse foi o filme mais "pesado" que eu já vi na vida, e diversas pessoas tem essa mesma opinião. É um clássico, mas um daqueles que pretendo nunca mais assistir. Não por ser ruim, mas por ser tão indigesto que se torna impossível assistir sem ficar com uma sensação ruim.
Filme bom é assim, não?

Mais alguma indicação de filme nesta linha que ainda não tenha sido postado no blog?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Elogio ao Mau Gosto (Parte VI)

Já se vai algum tempo desde meu último post dessa série. Hoje me lembrei de 3 filmes que estavam faltando aqui: Taxidermia, 7 Dias e Visitor Q.

Mais uma vez digo que já vi todo tipo de filme nessa vida e que poucos conseguem me enojar, mas Taxidermia foi um dos piores. Não que seja ruim, mas algumas cenas realmente embrulham o estômago.


Nele temos 3 gerações diferentes: avô, pai e filho. Um é soldado, o outro ganha a vida em competições do tipo "quem come mais" e o outro trabalha com taxidermia.


O diretor György Palfi conseguiu misturar todos os tipos de escatologias e demências, abusando de closes e barulhos nojentos.
Não é um filme que agrade a todos, mas tem seus méritos e conquista os fãs dos estilo.

Num dos posts anteriores, minha amiga Alana me indicou o filme 7 Dias. Ela sempre me deu dicas ótimas e dessa vez não foi diferente.


Um médico tem sua vida arruinada quando sua filha é estuprada e assassinada. Ele decide então ir atrás do culpado. Seu plano é: mantê-lo numa casa afastada e torturá-lo.


Ele descobre que o assassino esteve envolvido em outros crimes do tipo, e seu plano de tortura acaba chegando até a televisão.
É tenso do começo ao fim, você consegue sentir a dor de um pai em busca de vingança.
Recomendo!
Para fechar, aquele que considero o filme mais insano de toda a história do cinema: Visitor Q.


Takashi Miike é um doente, e isso não é novidade alguma. Mas ele conseguiu se superar. Ele pegou a idéia do Teorema do Pasolini e transformou nisso, o filme mais non sense possível. E isso é um elogio! Apesar de toda a demência e humor negro, eu o adoro. :)


Um pai fazendo sexo com a filha. Uma mãe que apanha do filho. Ela também se prostitui para bancar seu vício em heroína. Ela verte leite pelos seios. O pai faz sexo com um cadáver e fica preso nele. E tudo isso é observado por um estranho que entra na casa.
O que o torna mais demente que todos os outros é que você consegue dar risada de tudo isso citado acima!
Genial...para poucos.


Mais alguma dica de filme para essa série de posts?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Elogio ao Mau Gosto (Parte V)

Mais uma parte dos filmes que incomodam...mas que gostamos tanto. :)

Eu já falei do Sr. Gregg Araki aqui.
Eu achava que depois de The Doom Generation, ele já havia extrapolado todos os limites da insanidade. Eis que ele nos presenteia com Mysterious Skin.


Joseph Gordon-Levitt interpreta Neil, um garoto promíscuo e homossexual, que sofreu abusos sexuais quando criança. O tema não é banal, Araki nos mostra como Neil não ficou traumatizado, mas como aprendeu a lidar com isso. Enquanto que um colega seu aparentemente apagou tudo de sua mente.
Apesar de ser um filme denso, ele não é tão gratuito como The Doom Generation.


Para quem gostou de ver o Sr. Levitt todo mocinho em (500) Days of Summer, vai se surpreender de vê-lo na cama com diversos caras, em cenas cômicas que beiram o non sense. :)

Também já falei do Sr. Moodyson por aqui, e falei mal.
Uma leve escorregada não comprometeu a carreira desse cara.
Lilja 4-ever é um dos filmes mais perfeitos desse mundo.


Lilja é uma garota comum, até que sua mãe resolve abandoná-la e seu mudar para os EUA com um namorado. Abandonada, ela encontra em um vizinho bem mais novo um amigo. 
Até que ela arruma um namorado que promete levá-la para a Suécia, onde ela poderia trabalhar e etc. Chegando lá, é obrigada a se prostituir.


O filme se inicia do final, ao som de Mein Herz Brennt, do Rammstein. Nunca uma trilha sonora casou tão bem com um filme.

Já deixei claro em posts anteriores que eu tenho um certo preconceito com o atual terror hollywoodiano. Roteiros mais que batidos, remakes e etc. Mas às vezes aparecem coisas boas, como esse Deadgirl.
No começo parece ser apenas um terror adolescente bobalhão, mas aos poucos as coisas ficam tensas demais e realmente assustadoras.


Dois amigos entram em um hospital abandonado e encontram uma moça amarrada numa cama. Uma moça zumbi, diga-se de passagem. E resolvem fazer dela um brinquedinho sexual.
Acho que só essa informação basta. :)

E para fechar, um clássico do nosso amado Polanski


Catherine Deneuve, no auge de sua juventude, interpreta uma moça tímida e recatada. Quando se vê sozinha no apartamento, ela começa a delirar, imaginar coisas e cultivar um pedaço de carne na sala. Tudo isso em Repulsa ao Sexo
Para os padrões da época (1965), esse era um tipo de filme extremamente desafiador, complexo e diferente de tudo que estava sendo produzido.
Quando você terminar de assistir, vem aquela sensação de soco no estômago e de claustrofobia.
Um clássico dos clássicos!

Mais alguma sugestão de filme perturbador? :)

domingo, 7 de novembro de 2010

Elogio ao Mau Gosto (Parte IV)

De volta aos filmes grotescos, esquisitos, fortes, intensos ou o que quer que seja. :)

Separei três filmes daqueles que considero uns dos mais polêmicos.
Polêmicos não por suas cenas ditas chocantes, mas sim porque dividem e muito a opinião das pessoas. Algumas amam, outras odeiam, mas não tem como dizer que esses filmes apenas existem. Arte ou besteira?

O primeiro, obviamente, é Salò ou os 120 dias de Sodoma.


Baseado em obra de Marquês de Sade, Pasolini nos leva à Itália fascista no ano de 1944. 4 libertinos sequestram adolescentes e os submetem a 120 dias de torturas de todos os tipos, sexuais, mentais e físicas.
Esse filme foi proibido em diversos países, inclusive no Brasil, por apresentar cenas explícitas de sexo, coprofagia e agressão, tudo isso cercado de política.
Pasolini, ateu e comunista, foi assassinado no mesmo ano em que o filme foi lançado.

Eu, particularmente, gosto bastante do filme, vejo um porquê em cada uma daquelas cenas e acredito que o filme seja importante. Claro que certas cenas ultrapassam os limites do bom senso, mas creio que foram bem encaixadas no contexto, não estão ali apenas para "chocar".

Um filme chamado Anticristo não poderia passar em branco, ainda mais quando o diretor Lars von Trier estava dizendo aos quatro ventos que ele era o melhor diretor do mundo.
Trier disse que este filme foi escrito em meio a uma crise de intensa depressão, então só poderíamos esperar por algo bem intenso.


Os personagens não tem nome, são apenas Ele e Ela. Certa noite, estão fazendo sexo, enquanto o filho pequeno está em outro quarto. Sem que eles percebessem, a criança cai da janela e falece. Ela entra em profundo desespero, começa a crise de culpa e não parece haver uma cura para sua dor. Ele, terapeuta, resolve levá-la para uma cabana afastada, para tentar curá-la. Aí começam os problemas.


Lá ele encontra anotações que ela fez durante uma estadia anterior.
Sexo explícito, tortura e muita loucura. Assim defino Anticristo.
Engraçado ver como o nome do filme por si só ainda é um tabu para muitas pessoas.
Muitos consideraram o filme como misoginia pura, outros como um delírio sem pé nem cabeça de Trier. Eu gostei, não procurei encontrar nenhum porquê no filme. 

Para fechar, um filme mais "light". Não no sentido da escatologia, mas sim de tensão. É uma comédia de John Waters, mais conhecido por dirigir Mamãe é de Morte, clássico da minha infância. :)


Em Pink Flamingos, temos o travesti Divine, que vive com seu filho, sua mãe e uma amiga, Cotton. Ela é conhecida por ser a pessoa mais infame do mundo, até que um casal rouba esse título. Como? Eles sequestram mulheres, as engravidam e depois vendem seus bebês para casais de lésbicas.
E Divine? Ela pratica sexo oral com o filho, carrega pedaços de carne entre as pernas, tem uma mãe que ama comer ovos cozidos e um filho que faz sexo com uma mulher e uma galinha, ao mesmo tempo.
Escatologia é pouco. Mas eu acho esse filme divertidíssimo. Acho que esse é o mérito. Ele tem tudo para fazer uma pessoa torcer o nariz, mas arranca boas risadas. 


A melhor jogada de marketing ocorreu com o trailer. Não aparece nenhuma cena do filme, apenas pessoas saindo do cinema e falando o que acharam. Umas criticam, outras elogiam e um certo cara diz que é melhor que Gritos e Sussurros, do Bergman. Isso bastou para que o filme se tornasse um sucesso no underground.

Em breve volto com mais posts sobre o tema. :)

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Elogio ao Mau Gosto (Parte III)

O cinema oriental ficou conhecido nos anos 90 por causa de seus filmes de terror muito tensos e bizarros. Mas de uns tempos para cá, posso dizer que o cinema francês está lado a lado no quesito tensão.

Duas colegas de faculdade vão para a casa dos pais de uma delas para passar férias. Durante a noite, começa o caos. Um a um, os membros da família são assassinados e as duas garotas precisam fugir.


Obviamente, como sempre, nem tudo é o que parece.
E assim é Haute Tension.
Acho que esse foi o primeiro filme que eu vi dessa leva do cinema francês.
Extremamente recomendado para quem gosta de tensão e finais surpreendentes.

Todos sabemos que os norte-americanos adoram fazer um remake. Às vezes o resultado é ok, mas na maioria das vezes é um desastre completo.
Ano passado assisti The Strangers, com Liv Tyler e Scott Speedman


O casal chega de uma festa e eles estão brigados. Ele sai para comprar alguma coisa e aí começa o problema. Tyler começa a ouvir uns barulhos e descobre que há pessoas rondando a casa, sem motivo aparente.
É um filme bacana, não chega a ser um absurdo de tenso, mas é ok.
Aí descubro que ele é remake do francês Ils.


Alguns detalhes são bem diferentes, mas a premissa é a mesma. O casal começa a ser atormentado por pessoas que rondam a casa.
Este é mais violento, mais tenso e tem um desfecho mais surpreendente.
E dizem ser inspirado em fatos reais.

Certos filmes tem o poder de causar uma sensação semelhante a um soco no estômago. É o caso de À l'intérieur. 


Na primeira cena temos uma moça grávida e seu marido em um carro. Eles sofrem um acidente, ele falece e ela sobrevive, sem perder o bebê.
Uma noite antes de dar a luz, ela está em casa quando percebe que há uma pessoa na casa.
Não vou entrar em muitos detalhes porque esse filme merece ser assistido.
É tenso, pesado e muito cruel.
Tem um daqueles finais em que você fica sem reação ao assistir, devido a intensidade da demência.

O cinema francês consegue me surpreender em tempos em que quase nenhum outro consegue. 
E em breve, outros post ainda dentro desse tema. Sugestões são sempre bem vindas. :)

sábado, 30 de outubro de 2010

Elogio ao Mau Gosto (Parte II)

Nem só de filmes grotescos geniais vive o cinema. Obviamente que essa é minha opinião, fiquem à vontade para discordar.

Como eu disse no post anterior, adoro um filme bizarro que causa um certo mal estar, mas alguns querem apenas chocar e não chegam a lugar algum. Isso me decepciona demais!

Certa vez um amigo me indicou um chamado Sweet Movie. Disse que era uma das coisas mais geniais que ele já tinha visto na vida, que era perfeito.
Ok, assisti.


Não achei nada de interessante, apenas um amontoado de bizarrices que não chegam a lugar algum.
Uma cena merece destaque pelo nível de demência: algumas pessoas estão num banquete, comendo loucamente enquanto uma moça fica acariciando o pênis de um cara. E não no sentido sexual, mas sim de carinho mesmo. Até que o tal banquete descamba para a escatologia em seu nível mais extremo.
O filme termina e é como se não tivesse existido. Apenas aquilo.
Depois que assisti Para Sempre Lilya (em breve terá post para ele) fiquei encantada com o trabalho de Lukas Moodysson. Vi Amigas de Colégio e achei meio bobinho, mas assistível. 
Aí assisti Um Vazio em Meu Coração e veio a decepção completa.


Mais um filme que quer chocar apenas por chocar.
Um rapaz tem as mãos deformadas e vive com seu pai esquisito. O pai resolve fazer um filme pornô caseiro em casa, enquanto o menino fica em seu quarto.
Ok, só isso é suficiente para demonstrar o que aparece no filme.
É um dos piores filmes que eu já vi na minha vida. Depois desse, Moodysson nos trouxe Corações em Conflito, que é bem melhorzinho.

Bukowski é meu escritor preferido. Preferido mesmo! Então tento sempre assistir a todos os filmes baseados em suas obras. Factotum, Barfly e meu preferido Crônica de um Amor Louco são ótimos filmes, mas Crazy Love foi um horror sem tamanho.


É um filme nojento. Ponto.
Bukowski escreveu coisas bem nojentas, mas com um ótimo tom de sarcasmo que se perdeu no filme. 
O pior de tudo é que de todas as adaptações, essa foi a preferida de Bukowski.
Vai entender...

E para finalizar, um filme que eu não odeio tanto, apenas acho sem graça...


Falei dele aqui 

Sugestões?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Elogio ao Mau Gosto (Parte I)

Pegando carona no post do Gaspar Noé, resolvi escrever sobre filmes tensos, que incomodam, reviram o estômago e fazem você perder qualquer esperança na humanidade. 
Resolvi dividir esse texto em duas partes (ou mais) e sugestões são bem vindas. :)

Vou começar pelo filme que acabou com a minha vida. Ok, exagero, mas me deixou com nojo de mim, da humanidade e uma sensação de despero que custou a passar. Martyrs.


A primeira cena é a de uma menina muito machucada escapando de um lugar isolado. Ela é encontrada e levada a uma espécie de orfanato, onde se aproxima de outra garota. Passados alguns anos, as duas saem em busca de vingança.
O bom desse filme é que ele é totalmente imprevisível. Em dado momento você acreditar estar diante de um terrorzão, de repente vira um Kill Bill da vida e do nada, cai para um dos finais mais grotescos que eu já vi em toda a minha existência.
Não é um filme ruim, de forma alguma, é chocante, no real sentido da palavra. Não é para pessoas "frescas" ou de estômago fraco. Perturbador, doentio. Excelente, mas que pretendo nunca mais assistir!

Dread foi um que passou pelo sério problema das traduções aqui no Brasil. Chegou a nós como Lentes do Mal. Ok, faz sentido, mas perdeu sua essência.
Três amigos se reunem para um projeto da faculdade: gravar depoimentos dos maiores medos das pessoas. Cada um fala de seus maiores temores em frente a uma câmera. Até que um desses amigos resolve surtar e usar esses medos contra as pessoas.
Confesso que eu tenho um preconceitozinho com terror atual norte americano. Esse foi uma grata surpresa. Não cai em nenhum clichê, assusta, é tenso e tem um daqueles finais surpreendentes.
Uma curiosidade é que foi escrito por Clive Barker, o criador de Hellraiser. 

Quantos filmes noruegueses você já viu?
Eu mesma, só tinha visto um (A arte de pensar negativo), até que Naboer caiu em minhas mãos.


Naboer quer dizer vizinhos e aqui foi traduzido como Algumas Portas Nunca Deveriam Ser Abertas. Novamente, faz sentido, mas...
Certo dia, um rapaz vai até o apartamento ao lado do seu e encontra duas irmãs que lá moram. Logo, ele desenvolve uma relação bem esquisita com a irmã que parece ser a mais nova. Sexo e violência, literalmente.
Mas como em todo bom filme tenso, nem tudo é o que parece.
Mais um filme que embrulha o estômago e nos deixa abismados com o que pode acontecer com a sanidade de uma pessoa.

Gregg Araki não é um cara normal. Esse homem só faz filmes doentes e eu AMO.
O primeiro dele que vi foi Doom - Geração Maldita.


Um casal mata acidentalmente um homem numa loja e depois contam com a ajuda de um desconhecido para escapar.
Doença do começo ao fim. Sexo, violência, sangue, drogas e mais sexo bizarro.
A cena final é uma das mais geniais que já fizeram na história do cinema. Genial para quem gosta de uma bizarrice, de algo totalmente fora do convencional.


Em breve volto com a segunda parte do texto.
E como eu disse no início do post, aceito sugestões. :)